quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
A ATENAS DO SUL DE MINAS
A ATENAS
DO SUL DE MINAS
“Refulgiu
pelo ouro da terra e pela cultura e pelo o civismo de seus
filhos"
Alfredo de Vilhena Valladão
A
analise das práticas culturais da elite Campanhense, já sem os recursos do ouro,
evidencia e justifica a gênese da metáfora "ATENAS DO SUL DE MINAS”, ao
demonstrar Campanha como a cidade privilegiada por políticas públicas de
educação, em relação aos demais municípios de Minas
Gerais.
Com
efeito, um olhar atento e imparcial sobre a cidade da Campanha, desde os tempos
do Arraial de São Cipriano, nos coloca diante de uma sociedade preocupada com o
sistema educacional, refletido no anseio de seus filhos pelo aprimoramento do
ensino.
A
extinção da escravatura no Brasil, e a sua repercussão na cidade da Campanha,
como de resto, em todo país, causou um forte impacto na vida social e econômica
da nação, considerando que a economia do país se sustentava na agricultura. Para
quase todos os lavradores da Vila da Campanha, foi um duro golpe. Soma-se a isto
a emancipação de vilas que pertenciam à jurisdição da cidade da Campanha, que
poderia levá-la a uma grave crise financeira, se não fosse a presença de
cidadãos campanhenses na política nacional e no fortalecimento de instâncias
ligadas à religião Católica. A cidade pôde se manter muito ativa durante todo o
século XIX, principalmente através da produção agrícola e pecuária, além do
comércio com o Rio de Janeiro e com São Paulo. O seu território era vastíssimo e
suas águas minerais eram procuradas por diversas personalidades para os diversos
tipos de doenças.
Além do
mais, e principalmente, Campanha tinha uma excelente base educacional que lhe
permitiu filhos ilustres tanto no Parlamento como nos executivos estadual e
federal.
No ano
de 1831, é possível saber da instalação de uma Escola de Ensino Mútuo para
Primeiras Letras em Campanha, com mais de 100 alunos.
O método
mútuo ou Lancasteriano (método inglês posto em pratica na Índia) difundiu-se no
Brasil e temos noticia de que foi de imediato posto em prática na cidade da
Campanha, que já previa a instrução pública como dever do Estado, com
a finalidade de contemplar um número maior de alunos. Além disso, o método combatia os castigos
físicos, comuns à época.
Um dos
alunos dessa época na escola de primeira letras, como era chamada, foi o futuro
senador Evaristo da Veiga. Os alunos, cujos pais tinham recursos, compravam os
livros e os meninos pobres recebiam o material da Câmara ou da
Província.
No ano
de 1840, o ensino mútuo já estava quase abandonado nas escolas mineiras, seria
substituído pelo método simultâneo. A Assembléia Mineira subvencionou a ida de
dois professores à França para aprender esse novo método.
Nesse
mesmo ano de 1840, um Delegado de Ensino à Vila da Campanha, enviado pelo então
Presidente do Estado, Bernardo Jacinto da Veiga, informava em seu relatório que
o ensino de Latim, Francês e Filosofia, na cidade da Campanha, era muito bem
ministrado, sobrepondo-se aos demais municípios mineiros, e o adiantamento dos
alunos era notório e significativo. Nesse mesmo relatório, o Delegado manifesta
a necessidade de melhores salários para os professores.
Em 1843,
no ensino público secundário em Campanha, a cadeira de Latim era ministrada pelo
o padre mestre João Damasceno. Conforme informes da época, o padre João era tido
como um grande latinista, e os alunos o tinham como uma espécie de
oráculo.
O ensino
do latim, segundo depoimento de vários Campanhenses, foi fundamental para muitos
daqueles que optaram pelo estudo das ciências jurídicas.
Um fato
que deve ser registrado pelo seu aspecto inédito e avançado, considerando a
época, em pleno século XIX, é o jornal “O Sexo Feminino”.
O Sexo Feminino é o nome do periódico de propriedade da
jornalista da Campanhense Francisca Senhorinha da Motta Diniz, que também
editava e redigia o jornal. O primeiro ano de publicação do jornal (1873-1874)
foi feito aqui na nossa cidade da Campanha.
Em 1875,
Senhorinha Diniz mudou-se para o Rio de Janeiro com uma proposta de trabalho
para lecionar na Côrte. A escritora continuou com as edições de O Sexo
Feminino, mesmo com a mudança para o Rio. Tratava-se de um jornal
direcionado ao público feminino, fato observado logo na capa do veículo, onde se
lia: "Especialmente dedicado aos interesses da mulher".
A
jornalista escrevia para um público mais intelectualizado e instruído, fato que
demonstra o nível cultural da sociedade Campanhense.
Em 15 de
novembro de 1874 o editorial do jornal assim expressava:"É tempo de darmos o
grito de nossa independência, de nossa emancipação do jugo ferrenho em que até
agora vivido, proclamando alto e bem alto a nossa capacidade para certos
empregos públicos, e muito principalmente para o magistério onde daremos a
mocidade de ambos os sexos educação e instrução".
No ano
de 1893, depois de ter cursado a Escola Normal de Campanha e freqüentado o
Seminário de Mariana e o famoso Colégio do Caraça, o grande professor Jonas
Olinto, "pedagogo de cultura enciclopédica", jornalista e poeta, fundou e
dirigiu o seu Externato, e sozinho lecionava as seguintes matérias: Português,
Francês, Inglês, Matemática, Geografia e História. Passaram pelos os bancos
desse famoso Educandário de ensino primário e secundário várias gerações de
estudantes, durante 30 anos.
Interessante
observar que, segundo o relato de Francisco de Paula Ferreira de Rezende, fica
evidente que as experiências educacionais na Vila da Campanha, particularmente
no ensino primário e secundário, não era feitas somente através da educação
formal, mas de toda cultura que cerca o indivíduo, fato revelador do elevado
nível cultural da Sociedade Campanhense.
O anseio
dessa sociedade pelo aprendizado, pelo ensino e pela elevação do nível cultural
da cidade se manifesta quando essa mesma sociedade se mobiliza pela criação de
um colégio, através de seus mais ilustres representantes que integram o cenário
político-administrativo não só do Estado como também do País, e do Emérito
Sacerdote, Padre Natuzzi, coadjuvado pelo ilustre campanhense Monsenhor João de
Almeira Ferrão, mais tarde primeiro bispo da recém criada Diocese da Campanha e
pelos ilustres deputados, Joaquim Leonel de Rezende Filho.
Gabriel
Valadão e João Bráulio Moinhos de Vilhena Júnior iniciaram os entendimentos
junto à Mere Angelina, que chegara ao Brasil em 1897, nomeada superiora do
Colégio de Sion de Petrópolis, com o objetivo de criar em nossa cidade o Colégio
de Sion, administrado pelas irmãs dessa recente ordem das Irmãs de Sion, fundada
na França, para criação de colégios que ofereciam educação rígida e esmerada para
moças. O fato de a França, à época, ditar o modelo de educação, levou a
sociedade Campanhense a se interessar pela vinda da irmãs francesas, com intuito
de aprimorar o sistema educacional, com oferta do ensino feminino e confessional
na cidade e na região Sul Mineira.
Convidada
a visitar Campanha, Mère Angelina, acompanhada de sua secretária, irmã Joaquina,
chegam à cidade e, tendo dela a melhor impressão, decidem de imediato pela
escolha do local para instalação do colégio. Foi escolhido o imóvel que
pertencera ao Senador Evaristo da Veiga, no mesmo local onde se encontra as
soberbas instalações do Colégio de Sion.
O
Colégio, que funcionou entre 1904 a 1965, foi responsável por educar na forma de
internato e semi-externato as meninas da elite Sul Mineira (Meninas de Sion),
como eram conhecidas e também meninas pobres da região (Martinhas). Manteve uma
divisão entre estas duas categorias, já que o tratamento era diferenciado.
Preparava as primeiras para exercer papéis de liderança familiar, como boas
esposas e mães, como também para exercer a profissão de professoras. Já as
meninas pobres eram preparadas essencialmente para o trabalho
doméstico.
O
Colégio instala-se na cidade como uma forma de fortalecer e ampliar o perímetro
de influência da Igreja Católica, com uma nova roupagem e atendendo aos anseios
do desenvolvimento do capitalismo.
No ano
de 1906, a nova casa de Sion inicia as suas atividades em nossa cidade. Foram
muitas as alunas da Campanha e da região Sul Mineira que se matricularam na nova
instituição. Citamos aqui algumas Campanhenses do período de 1906 a 1920: Maria
das Dores Paiva de Vilhena, Maria Amélia Veiga de Oliveira, Maria do Rosário
Paiva de Vilhena, essas três ingressaram na ordem, tornando-se Irmãs de Sion.
Maria da Conceição de Vilhena Lisboa, Hilda de Oliveira Ferreira, Ordália de
Oliveira Ferreira, Laura Bressane de Azevedo, Dora Ayres, Edite Souza e Silva,
Alvarina Silva, entre outras.
Em 1906,
Charles Noguères, cidadão francês, junto com o Cônego Joaquim Timóteo Soares,
sob a inspiração do Monsenhor João de Almeida Ferrão, fundam o Ginásio Santo
Antônio de ensino secundário para rapazes.
Em 21 de
abril de 1908, foi instalado o Grupo Escolar da Campanha, denominado Zoroastro
de Oliveira. Ao longo de sua existência, o Grupo foi dirigido por importantes
personalidades de nossa cidade, como Dr. Júlio Pereira da Veiga, Dona Matilde
Mariano, Dr. José Braz Cezarino, Dr. Serafim Maria Paiva de Vilhena, Prof. Júlio
Bueno, Dona Maria Conceição de Vilhena Lisboa
Em 1909, Dom Ferrão funda o Seminário Nossa
Senhora da Dores, tendo como o seu primeiro Reitor, Monsenhor Joaquim
Soares.
Em 1910, sob sábia orientação desse
extraordinário Bispo, Dom João de Almeida Ferrão, foi criado o Ginásio Diocesano
São João que, em sua longa e gloriosa vida de mais meio século, formou várias
gerações de jovens, preparando-os para a vida. Muitos daqueles que passaram por
essa instituição se tornaram profissionais capacitados e de renome, nos vários
segmentos de suas atividades profissionais.
Em 1915, inaugura-se em Campanha o externato
para cursos primário e secundário para rapazes, sob a orientação do Professor
Raul Ramos da Costa, auxiliado pelos prefessores Diaulas José de Lemos e Rubens
Rezende.
Em 1929, ocorre o restabelecimento da Escola
Normal da Campanha, sendo nomeado como seu primeiro Diretor o Prof. Juscelino
Teodoro de Aguiar Júnior, que a instalou, tendo sido, em seguida, sucedido pelo
Prof. Francisco de Melo Franco.
No ano de 1964, instala-se na cidade o seu
segundo Grupo Escolar, que recebeu o nome de Dom Inocêncio, em homenagem ao
segundo Bispo da Campanha.
Por último, assinalamos, como merecido
destaque, a criação de ensino superior que tanto se orgulha Campanha. Uma
instituição radiante e vitoriosa, graças ao idealismo do Campanhense de nobre
origem, o Desembargador e Comendador Manoel Maria Paiva de Vilhena, uma bandeira
de civismo e de grandeza cultural.
As
faculdades Integradas Paiva de Vilhena,
são, sem dúvida alguma, a culminância de um processo que, possivelmente,
estivesse em gestação no seio da sociedade Campanhense e nasce pelo o idealismo
de um obstinado, legítimo representante dessa sociedade, como afirmação de que
Campanha sempre foi e será o centro irradiador de cultura e o viveiro dos
melhores troncos que povoaram esse abençoado solo Sul Mineiro. Não à toa, ela
foi cognominada "a Atenas do Sul.
Tarcísio Brandão de Vilhena
tb.vilhena@terra.com.br
http://vilhena.blogspot.com
Arquivo Púlico Mineiro
Alfredo de Vilhena Valladão
Antonio Casadei
Francisco de Paula Ferreira de Rezende
Tarcísio Brandão de Vilhena
tb.vilhena@terra.com.br
http://vilhena.blogspot.com
Arquivo Púlico Mineiro
Alfredo de Vilhena Valladão
Antonio Casadei
Francisco de Paula Ferreira de Rezende
DESTINO TRÁGICO DE QUATRO MÉDICIS CAMPANHENSES
O DESTINO TRÁGICO DE QUATRO MÉDICOS
CAMPANHENSES
A
vida reservou a quatro ilustres médicos Campanhenses, filhos de tradicionais e
conceituadas famílias da cidade, um destino cruel.O
primeiro foi o Dr. Gaspar José Ferreira Lopes, nascido na Campanha em 1817,
filho do Comendador e Emérito cidadão, Francisco de Paula Ferreira Lopes,
comandante da Guarda Nacional.Dr.
Gaspar formou-se em medicina pela Faculdade Médica do Rio de Janeiro, em 1842,
com 25 anos de idade, com raro brilhantismo. Tinha talento necessário para
vencer na nobre profissão que escolhera.Contudo,
a Providência Divina, em seus desígnios insondáveis, não permitiu, porém, que se
realizassem essas auspiciosas esperanças. O moço, que no limiar de sua carreira
se antevia como promissora e nem sequer chegou exercê-la, foi dura e
impiedosamente estigmatizado por uma doença terrível, na época sem cura: a
lepra.Ainda
viveu por algum tempo isolado no solar de sua família, onde faleceu no dia 14 de
março de 1846, aos 29 anos de idade. O
segundo a ter um fim trágico foi Dr. Thomaz Henrique Tanner. Após concluir o
curso de humanidades na terra natal, matriculou-se na Faculdade de Medicina do
Rio de Janeiro, cujo curso freqüentou com eficiência e assiduidade, formando-se
com brilhantismo, no ano de 1859.Após
exercer a sua profissão em Campanha, habilitou-se na corte como oficial médico
da Marinha Brasileira. Entretanto, não foi feliz o jovem profissional médico
Campanhense. A corveta brasileira Dona Isabel, em uma viagem de instrução,
naufragou, entre a cidade de Marselha e Lisboa, em conseqüência de um violento
temporal, próximo ao cabo Espartel, morrendo 22 oficiais de marinha, 11 membros
da equipagem e 2 médicos de bordo, entre os quais o Dr. Thomaz Henrique Tanner.
Assim, terminou, de modo tão doloroso, a vida desse jovem médico
campanhense.Também
foi marcado pelo infortúnio o conceituado médico, Dr. João Dias Ferraz da Luz,
Campanhense, integrante de uma família de homens ilustres, famosos pela cultura
e pelo caráter.Depois
de ter feito os estudos preparatórios na terra natal, matriculou-se Ferraz da
Luz na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, formando-se, com raro
brilhantismo, em 1844.Clinicou
com sucesso e competência em Campanha e foi eleito deputado, em 1857 e 1860,
decorrente de seu grande prestígio político.Transferiu-se,
anos depois, com a família, para a próspera cidade paulista de Itu, onde se
impôs desde logo, à estima e a admiração de todos, como cidadão e profissional
competente e, sobretudo, caridoso.No
ano de 1870, teve um fim trágico que abalou toda a cidade, ao ser assassinado,
ou melhor dizendo, trucidado, juntamente com suas duas filhas, uma senhora idosa
e um escravo doméstico, pelo o seu outro escravo doméstico de nome Nasário, a
golpes de machado.A
multidão revoltada e enfurecida, da pacata cidade de Itu, arrancou da prisão o
monstruoso assassino e o linchou sem hesitação e piedade.Outro
médico campanhense, Ciro Sales Brandão, meu primo, trineto do Comendador
Francisco de Paula Ferreira Lopes, filho de João Chrisóstomo Ferreira Brandão e
Dona Ana Sales Brandão, a Donana, educadora exemplar, que por vários anos
lecionou com extrema e modelar dedicação no Grupo Escolar Zoroastro de Oliveira.
Foram várias as gerações de alunos que passaram pela dedicada
Donana.Ciro,
como era conhecido, após concluir seus estudos em Campanha, foi para Rio de
Janeiro, onde fez o curso preparatório, ingressando, posteriormente, na
faculdade de Medicina da Praia Vermelha, da Universidade do Brasil, após ser
aprovado no exame de seleção. Mal tendo chegado a clinicar, foi acometido de um
tumor no cérebro, vindo a falecer ainda jovem, no Rio de Janeiro, onde foi
operado.
Outro
grande médico Campanhense colhido pela fatalidade foi o ilustre Dr. João Bráulio
Moinhos de Vilhena Júnior, nascido a 23 de junho de 1860, filho do insigne
Desembargador João Bráulio Moinhos de Vilhena e de dona Manoela Augusta
Capistrano de D'Alkmim de Vilhena.
Por se tratrar de meu avô paterno, trancrevo aqui o texto sobre o Dr. João Braulio Júnior, escrito pelo saudoso amigo, Dr. Antonio Casadei.
Por se tratrar de meu avô paterno, trancrevo aqui o texto sobre o Dr. João Braulio Júnior, escrito pelo saudoso amigo, Dr. Antonio Casadei.
Formado
pela Faculdade de Medicina da Bahia em 1886, além de profissional de reconhecida
competência, era jornalista brilhante, político de grande prestigio, orador
fluente e parlamentar respeitado e atuante.Em
1893, foi eleito deputado, tomando parte na sessão legislativa desse ano e do
seguinte do Congresso do Estado de Minas Gerais. Voltou a ser eleito nas
legislaturas de 1903 e 1906, tendo sido, nessa última, Presidente da
Câmara.A
sua atuação na legislatura Mineira foi das mais marcantes e fecundas,
destacando-se no plenário com orador de largos recursos e nas comissões de saúde
e de orçamento com os seus aprimorados conhecimentos dos assuntos a elas
pertinentes.No
governo do grande estadista, Dr. João Pinheiro da Silva, passou a ocupar a
importante Secretaria das Finanças do Estado de Minas Gerais.Homem
público de grande prestigio político e com extraordinária visão de futuro, o Dr.
João Bráulio Júnior, antes mesmo de sua viagem a Europa, em missão oficial e
extraordinária do governo do Estado de Minas Gerais, já estava indicado pelo
PRM, Partido Republicano Mineiro, para ser o sucessor do Dr. João Pinheiro - e
com aval desse - na governança do Estado de Minas Gerais.A
23 de julho de 1907. empreendeu viagem a Europa em missão oficial do governo
Mineiro para resolver assunto de natureza financeira e, também, para tratamento
de saúde.Em
principio de 1908, foi operado de antiga enfermidade, em Loussanne, Suíça, pelo
famoso cirurgião Dr. Roux.Regressando
a Paris mais tarde, com seus familiares, sofreu gravíssimo acidente de
automóvel, quando deixava um templo que fora visitar, próximo ao centro da
“Cidade Luz”, vindo a falecer, apesar dos socorros médicos, só se salvando a sua
esposa, uma filhinha de pouca idade e uma criada que também ocupava o veículo
sinistrado.O
prestigioso jornal Campanhense, “Monitor sul Mineiro”, em sua edição de 13 de
julho de 1908, estampou, com destaque, a seguinte notícia sobre a lamentável
ocorrência:“
Despachos telegráficos de Paris dão-nos a triste notícia do horroroso desastre
de que foi vitima nosso caro amigo e ilustre conterrâneo, Dr. João Bráulio
Moinhos de Vilhena Júnior e sua Exma. família, ao sair da Basílica do Sagrado
Coração de Jesus, nos arredores de Paris e de seu falecimento em decorrência dos
ferimentos recebidos. Dizem ainda os referidos despachos telegráficos que na
tarde de 5 do corrente, o Dr. João Bráulio, sua esposa e uma filhinha de pouca
idade, conduzida por uma criada, regressando de uma Igreja, de automóvel, quando
o pneumático de uma das rodas arrebentou, fazendo com que o veículo capotasse e
projetasse ladeira abaixo por uma distância de cerca de 10 metros. Socorridas as
vítimas por populares, foram de imediato, recolhidas ao hospital Leviboisiére,
onde apesar dos esforços médicos, veio a falecer na tarde desse dia, salvando-se
os outros passageiros do veículo”.O
já citado jornal “Monitor Sul Mineiro”, de 19 de julho de 1908, dava, com
detalhes, as seguintes informações da chegada dos restos mortais do inditoso
médico Campanhense:“Como
estava anunciado, chegou a bordo do vapor “AVON” o corpo embalsamado de nosso
ilustre conterrâneo, Dr. João Bráulio Moinhos de Vilhena Júnior, que no dia 5 de
julho foi vítima de um desastre de automóvel em Paris. O cadáver do malogrado
brasileiro foi acompanhado pela viúva, uma filhinha e mais um filho que estudava
na Alemanha.”O
veterano “Jornal do Comércio”, de 28 se julho de 1908, dava os seguintes
informes sobre a chegada do corpo do Dr. João Bráulio no porto do rio de
Janeiro:“A
bordo do Paquete Avon , chegou ontem os restos mortais do Dr. João Bráulio
Moinhos de Vilhena Júnior, acompanhado de sua família. A viúva foi recebida pelo
Ministro da Viação , Dr. Francisco Coelho. O féretro foi transladado para a
Capela do Arsenal de Guerra, onde ficará até a partida para Belo Horizonte e
depois para a cidade de Lambari. O Presidente da República será representado
pelo Almirante Alexandrino de Alencar, ministro da Marinha. O presidente do
Estado de Minas Gerais, deliberou prestar ao malogrado auxiliar e amigo no
governo, as mais vivas demonstrações de pesar, fazendo-se representar na chegada
do corpo ao porto do Rio de Janeiro pelos senhores doutores, Alves Pinto,
Prefeito de Belo Horizonte, Carvalho Pinto, secretário de Estado, Comissão do
Senado Mineiro e Câmara dos Deputados de Minas e outras”Estavam
presentes também, representantes das cidades da Campanha e de Lambari.
A morte nos coloca diante da mais simples verdade, a única certeza absoluta que nem mesmo o cético mais obstinado pode duvidar. A dor não cabe em palavras. Só nos resta senti-la.
A morte também é elucidativa. Ela ensina, mostra o quanto somos frágeis e explicita a efemeridade da vida. Não podemos confiar no amanhã, pois nada nos garante que estaremos vivos. No entanto, precisamos nos iludir, pois é insuportável imaginar a ausência do ser no dia que segue. Assim, nos entregamos à rotina e esta nos oferece uma espécie de segurança ontológica. Precisamos acreditar que outro dia virá, que estaremos entre os nossos e eles estarão conosco. Não é tão difícil aceitar a própria finitude, é muito mais doloroso perder o “outro” que nos completa. Até aceitamos a invitabilidade da morte, mas é dilacerante a experiência da partida dos que amamos.
Tarcísio Brandão de Vilhena
tb.vilhena@terra.com.br
http://vilhenatbv.blogspot
Arquivo Público Mineiro
Efemérides Mineiras
Antonio Casadei
A morte nos coloca diante da mais simples verdade, a única certeza absoluta que nem mesmo o cético mais obstinado pode duvidar. A dor não cabe em palavras. Só nos resta senti-la.
A morte também é elucidativa. Ela ensina, mostra o quanto somos frágeis e explicita a efemeridade da vida. Não podemos confiar no amanhã, pois nada nos garante que estaremos vivos. No entanto, precisamos nos iludir, pois é insuportável imaginar a ausência do ser no dia que segue. Assim, nos entregamos à rotina e esta nos oferece uma espécie de segurança ontológica. Precisamos acreditar que outro dia virá, que estaremos entre os nossos e eles estarão conosco. Não é tão difícil aceitar a própria finitude, é muito mais doloroso perder o “outro” que nos completa. Até aceitamos a invitabilidade da morte, mas é dilacerante a experiência da partida dos que amamos.
Tarcísio Brandão de Vilhena
tb.vilhena@terra.com.br
http://vilhenatbv.blogspot
Arquivo Público Mineiro
Efemérides Mineiras
Antonio Casadei
PERSONALIDADES CAMPANHENSES NO DE 1.912
Pg. 70. Seção 1. Diário
Oficial da União (DOU) de 30/10/1912
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO
ANO DE 1.912
Foi sempre tradição na cidade
Campanha o notável gosto pelas letras, o que motivou o grande número de filhos
da cidade graduados pelos cursos superiores do país. O ensino de humanidades
completo se difundia por todas as camadas sociais, ao ponto em que até as
pessoas de condição humilde sabiam a fundo a língua latina.Neste aspecto,
suponho que nenhuma cidade do interior superou Campanha durante o período
Imperial.
O engenheiro militar, Dr. Francisco Xavier Lopes de Araujo, Barão de Paríma, não foi político, não realizou negociações diplomáticas, não firmou tratados. Era um técnico e, nesta condição, serviu nas fronteiras. Possivelmente, ninguém tivesse tido maior numero de comissões desta natureza. Percorreu a linha de nossas fronteiras em diversos de seus trechos.Presidiu a comissão brasileira de limites com o Uruguai e, mais tarde, como chefe das respectivas comissões mistas, serviu na demarcação de nossos limites com o Paraguai e do extremo norte do Brasil, ao definir as fronteiras com a Bolívia e com a Venezuela.
Pelos relevantes e extraordinários serviços pais, foi agraciado com o título de Barão de Parima.
Na Faculdade de Direito de São Paulo, em 1827, dos quatro estudantes mineiros que ali se matricularam, três eram da Campanha: o Dr. Tristão Antonio de Alvarenga, o Dr. José Christian Garção Stockler e o Dr. Cyrino Antonio de Lemos.
E, cada vez mais,os filhos da Campanha tiveram entrada nos cursos superiores, espalhando-se por todos diversos ramos das profissões liberais e muitos haviam de conquistar renome, não só em Minas, como em todo pais.
Na literatura, a figura proeminente é a do Dr. Américo Lobo, que deixou diversas poesias líricas e outros trabalhos importantes. Traduziu as Buccolicas de Virgilio, o Tartufo de Mo-Here e a Evangelina de Longfellow. Essas duas ultimas traduções constituem verdadeiras obras-primas.
O Dr. Simplício de Saltes que, infelizmente, pouco sobreviveu à sua formatura, conquistou enorme reputação literária na Faculdade de São Paulo, que Couto Magalhães fez à sua biografia com os maiores elogios.
Xavier da Veiga pontificou na imprensa de Minas, onde redigiu a Província; e, nele, o literato se aproximava do público.
O Dr. Francisco Honório Ferreira Brandão, redator do Colombo, mostrava urna solida cultura e um estilo primoroso.
No Monitor Sul Mineiro, o Dr. Evaristo da Veiga, de uma imaginação fecunda, deixou páginas inolvidáveis, e o Dr. Saturnino da Veiga escrevia com elegância.
Na imprensa, o Dr. Stockler o e o Dr. João Bráulio Moinhos de Vilhena Júnior fizeram extraordinária obra literária. Stoekler tanto se revelou um polemista vibrante, como um fino humorista, e em João Braulio Júnior predominou a sua alma de poeta que a todos encantava. Médico de reconhecida competência, jornalista brilhante, político de grande prestígio, orador fluente, parlamentar respeitado e atuante, e secretário de estado.
Na geração mais nova, surge o Dr. Veiga Miranda, com promissores trabalhos poéticos e literários. Nos estudos históricos, Xavier da Veiga deixa obra vasta. São deles as Ephemerides Mineiras, em que ele consumiu as suas energias e nelas encontram-se importantes elementos para a História de Minas. Além disso, organizou o Arquivo Público Mineiro.
Perdigão Malheiros escreveu o apreciado trabalho da história do Brasil, de 1500 até 1819. Dr. Francisco de Paulo Ferreira de Rezende deu á publicidade interessantes estudos histórico. O Comendador Bernardo Saturnino da Veiga, depois de uma longa excursão pela vasta região Sul Mineira escreveu o Alfonte Sul Mineiro,
O Dr. Francisco Lobo tem diversos trabalhos de grande merecimento, como a Busca das Esmeraldas, Descobrimento e devastação do Território de Minas Gerais e o romance Tio Espedito de Espinosa.São trabalhos de muita investigação, e escritos com o maior escrúpulo.
Julio Bueno, operoso escritor, redige o Almanaque da Campanha, por incumbência do infatigável redator do Monitor Sul Mineiro, o Sr. José Pedro da Costa.
Nas ciências jurídicas e sociais, a maior figura é o Dr. Perdigão Malheiros. Além de ter sido o grande jurisconsulto da Emancipação, foi também um dos maiores jurisconsultos do Brasil. Presidiu, durante cinco anos, o Instituto dos Advogados do Brasil, e depois foi Presidente honorário desse mesmo Instituto. Produziu, ainda, o Manual do Procurador dos Feitos da Fazenda;
O Dr. Francisco Veiga, professor da Faculdade de Direito de Minas, foi redator da Resenha Jurídica. O seu reconhecido preparo em assunto de direito é versado em matéria de finanças, e sendo uma respeitável figura, presidiu por muitos anos, a Comissão de Orçamento da Câmara dos Deputados.
João Pedro da Veiga Filho, professor da Faculdade de Direito, e Diretor da Escola de Comércio de São Paulo, publicou o Manual da Ciência das Finanças, obra clássica sobre o assunto. E escreveu, além disto, uma longa série de interessantes monografias sobre assuntos econômicos e financeiros. A sua obra foi vasta. Foi uma autoridade sobre estes assuntos e acatada em todo o país.
O Dr. Gabriel de Rezende, professor dos mais ilustres da Faculdade de S. Paulo, com diversos trabalhos raros.
Estevão Lobo, professor da Faculdade de Direito de Minas Gemes, gozava de grande reputação Era um estudioso do direito. Publicou monografia sobre a autoria coletiva e cumplicidade, e deixou esparsos, pelos jornais e revistas, da época. Produziu outros trabalhos de valor, como Criminalidade Juvenil, culminando em sua atuação parlamentar, onde elaborou trabalhos eruditos na organização das Leis de Minas.
Alfredo de Vilhena Valladão, além de ter sido jornalista, foi Professor da Faculdade de Direito de Minas Gerais e da Faculdade de Direito da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro. Foi 1º Vice-Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil. Em 1905, como representante do Ministério Público, foi nomeado para o Tribunal de Contas da União, órgão recém-instituído pela Constituição de 1893, dedicando-se a escrever trabalhos de doutrina sobre os principais temas do Tribunal, formulando as reformas que se faziam necessárias na Jurisprudência.
Em 1908, fez parte do Congresso Jurídico Brasileiro, sustentando na Seção de Direito Civil a doutrina de unificação do Distrito Privado. Na Seção de Direito Comercial, manifestou-se contrário à atribuição conferida pela Carta Magna de 1891 aos Estados, de legislarem sobre o Direito Processual. Jurista de elevada competência, foi nessa área o autor do "Projeto do Código de Águas e da Indústria Hidroelétrica", contando também, entre suas obras, com "Rios Públicos e Particulares", "Direito das Águas" e "Ministério Público". Como historiador, publicou "Campanha da Princesa", "Da Aclamação à Maioridade", "Vultos Nacionais" e "Brasil e Chile na Época do Império, Amizade sem Exemplo". Pelos relevantes serviços prestados ao país, teve seu nome inscrito no Livro do Mérito, tendo recebido a Ordem da Inconfidência de Minas Gerais e a Ordem do Mérito do Chile
Dr. Muller de Campos, foi professor da Escola Militar e depois General Chefe das fortificações da República
Eugênio Vilhena de Morais, Professor, Escritor, Poeta e Diretor do Arquivo Nacional
Martiniano da Silva dos Reis Brandão, foi Diretor de Óbras Públicas em Minas Gerais
O engenheiro militar, Dr. Francisco Xavier Lopes de Araujo, Barão de Paríma, não foi político, não realizou negociações diplomáticas, não firmou tratados. Era um técnico e, nesta condição, serviu nas fronteiras. Possivelmente, ninguém tivesse tido maior numero de comissões desta natureza. Percorreu a linha de nossas fronteiras em diversos de seus trechos.Presidiu a comissão brasileira de limites com o Uruguai e, mais tarde, como chefe das respectivas comissões mistas, serviu na demarcação de nossos limites com o Paraguai e do extremo norte do Brasil, ao definir as fronteiras com a Bolívia e com a Venezuela.
Pelos relevantes e extraordinários serviços pais, foi agraciado com o título de Barão de Parima.
Na Faculdade de Direito de São Paulo, em 1827, dos quatro estudantes mineiros que ali se matricularam, três eram da Campanha: o Dr. Tristão Antonio de Alvarenga, o Dr. José Christian Garção Stockler e o Dr. Cyrino Antonio de Lemos.
E, cada vez mais,os filhos da Campanha tiveram entrada nos cursos superiores, espalhando-se por todos diversos ramos das profissões liberais e muitos haviam de conquistar renome, não só em Minas, como em todo pais.
Na literatura, a figura proeminente é a do Dr. Américo Lobo, que deixou diversas poesias líricas e outros trabalhos importantes. Traduziu as Buccolicas de Virgilio, o Tartufo de Mo-Here e a Evangelina de Longfellow. Essas duas ultimas traduções constituem verdadeiras obras-primas.
O Dr. Simplício de Saltes que, infelizmente, pouco sobreviveu à sua formatura, conquistou enorme reputação literária na Faculdade de São Paulo, que Couto Magalhães fez à sua biografia com os maiores elogios.
Xavier da Veiga pontificou na imprensa de Minas, onde redigiu a Província; e, nele, o literato se aproximava do público.
O Dr. Francisco Honório Ferreira Brandão, redator do Colombo, mostrava urna solida cultura e um estilo primoroso.
No Monitor Sul Mineiro, o Dr. Evaristo da Veiga, de uma imaginação fecunda, deixou páginas inolvidáveis, e o Dr. Saturnino da Veiga escrevia com elegância.
Na imprensa, o Dr. Stockler o e o Dr. João Bráulio Moinhos de Vilhena Júnior fizeram extraordinária obra literária. Stoekler tanto se revelou um polemista vibrante, como um fino humorista, e em João Braulio Júnior predominou a sua alma de poeta que a todos encantava. Médico de reconhecida competência, jornalista brilhante, político de grande prestígio, orador fluente, parlamentar respeitado e atuante, e secretário de estado.
Na geração mais nova, surge o Dr. Veiga Miranda, com promissores trabalhos poéticos e literários. Nos estudos históricos, Xavier da Veiga deixa obra vasta. São deles as Ephemerides Mineiras, em que ele consumiu as suas energias e nelas encontram-se importantes elementos para a História de Minas. Além disso, organizou o Arquivo Público Mineiro.
Perdigão Malheiros escreveu o apreciado trabalho da história do Brasil, de 1500 até 1819. Dr. Francisco de Paulo Ferreira de Rezende deu á publicidade interessantes estudos histórico. O Comendador Bernardo Saturnino da Veiga, depois de uma longa excursão pela vasta região Sul Mineira escreveu o Alfonte Sul Mineiro,
O Dr. Francisco Lobo tem diversos trabalhos de grande merecimento, como a Busca das Esmeraldas, Descobrimento e devastação do Território de Minas Gerais e o romance Tio Espedito de Espinosa.São trabalhos de muita investigação, e escritos com o maior escrúpulo.
Julio Bueno, operoso escritor, redige o Almanaque da Campanha, por incumbência do infatigável redator do Monitor Sul Mineiro, o Sr. José Pedro da Costa.
Nas ciências jurídicas e sociais, a maior figura é o Dr. Perdigão Malheiros. Além de ter sido o grande jurisconsulto da Emancipação, foi também um dos maiores jurisconsultos do Brasil. Presidiu, durante cinco anos, o Instituto dos Advogados do Brasil, e depois foi Presidente honorário desse mesmo Instituto. Produziu, ainda, o Manual do Procurador dos Feitos da Fazenda;
O Dr. Francisco Veiga, professor da Faculdade de Direito de Minas, foi redator da Resenha Jurídica. O seu reconhecido preparo em assunto de direito é versado em matéria de finanças, e sendo uma respeitável figura, presidiu por muitos anos, a Comissão de Orçamento da Câmara dos Deputados.
João Pedro da Veiga Filho, professor da Faculdade de Direito, e Diretor da Escola de Comércio de São Paulo, publicou o Manual da Ciência das Finanças, obra clássica sobre o assunto. E escreveu, além disto, uma longa série de interessantes monografias sobre assuntos econômicos e financeiros. A sua obra foi vasta. Foi uma autoridade sobre estes assuntos e acatada em todo o país.
O Dr. Gabriel de Rezende, professor dos mais ilustres da Faculdade de S. Paulo, com diversos trabalhos raros.
Estevão Lobo, professor da Faculdade de Direito de Minas Gemes, gozava de grande reputação Era um estudioso do direito. Publicou monografia sobre a autoria coletiva e cumplicidade, e deixou esparsos, pelos jornais e revistas, da época. Produziu outros trabalhos de valor, como Criminalidade Juvenil, culminando em sua atuação parlamentar, onde elaborou trabalhos eruditos na organização das Leis de Minas.
Alfredo de Vilhena Valladão, além de ter sido jornalista, foi Professor da Faculdade de Direito de Minas Gerais e da Faculdade de Direito da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro. Foi 1º Vice-Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil. Em 1905, como representante do Ministério Público, foi nomeado para o Tribunal de Contas da União, órgão recém-instituído pela Constituição de 1893, dedicando-se a escrever trabalhos de doutrina sobre os principais temas do Tribunal, formulando as reformas que se faziam necessárias na Jurisprudência.
Em 1908, fez parte do Congresso Jurídico Brasileiro, sustentando na Seção de Direito Civil a doutrina de unificação do Distrito Privado. Na Seção de Direito Comercial, manifestou-se contrário à atribuição conferida pela Carta Magna de 1891 aos Estados, de legislarem sobre o Direito Processual. Jurista de elevada competência, foi nessa área o autor do "Projeto do Código de Águas e da Indústria Hidroelétrica", contando também, entre suas obras, com "Rios Públicos e Particulares", "Direito das Águas" e "Ministério Público". Como historiador, publicou "Campanha da Princesa", "Da Aclamação à Maioridade", "Vultos Nacionais" e "Brasil e Chile na Época do Império, Amizade sem Exemplo". Pelos relevantes serviços prestados ao país, teve seu nome inscrito no Livro do Mérito, tendo recebido a Ordem da Inconfidência de Minas Gerais e a Ordem do Mérito do Chile
Dr. Muller de Campos, foi professor da Escola Militar e depois General Chefe das fortificações da República
Eugênio Vilhena de Morais, Professor, Escritor, Poeta e Diretor do Arquivo Nacional
Martiniano da Silva dos Reis Brandão, foi Diretor de Óbras Públicas em Minas Gerais
Nas ciências médicas, o Dr. Vital Brazil descobriu o soro
antiofídico e dirigiu em São Paulo o modelar Instituto de Butantã. Também devem
ser destacados os drs. Francisco Honório Ferreira Brandão, Mathias Antonio
Moinhos de 'Vilhena e Rodolpho Vilhena de Morais, três renomados médicos que se
impuseram pela competência no exercício da medicina.
Na carreira eclesiástica, distinguiram-se como pregadores os Vigários João de Deus e o Cônego José Theophilo Moinhos de Vilhena que, não só pelo conhecimento, mas também por suas virtudes, chegaram às altas dignidades da Igreja.
Dom Francisco da Silva, Arcebispo do Maranhão. Dom João de Almeida Ferrão, Bispo da Campanha.
Monsenhor Paulo Emílio Moinhos de Vilhena, Vigário Geral da Diocese da Campanha, Protonatario Apostólico e Administrador Apostólico da Diocese. Iniciou seus estudos em Campanha e, aos 19 anos, foi para o Seminário de Mariana, nessa época funcionando no Caraça, tendo sido ali matriculado em 5 de outubro de 1865. Estudou Filosofia, Escolástica, Teologia Moral e Dogmática, Direito Canônico, Hermenêutica, Liturgia e Eloqüência Sagrada. No dia 4 de junho de 1871, no Santuário do Caraça, recebeu as ordens sacerdotais das mãos de Antonio Ferreira Viçoso, Dom Viçoso, Bispo da Diocese de Mariana.
Na magistratura, houve três grandes figuras: o Dr. Ferreira de Rezende, o Dr. Américo Lobo e o Dr. João Braulio Moinhos de Vilhena.
Ferreira de Rezende teve assento no Supremo Tribunal Federal, mas a sua figura não se revelou por completo; viram-no, apenas, a linha austera e seu caráter. Ele chegou enfermo e faleceu logo depois.Américo Lobo foi também ministro do Supremo Tribunal Federal. João Braulio Moinhos de Vilhena ficou em Minas, onde fez toda a sua carreira de magistrado, em que alcançou a suprema investidura. Não chegou ao Supremo Tribunal Federal, tendo declinado do convite que lhe fora feito, alegando motivos pessoais. Entretanto, ninguém elevou mais alto a Justiça no país, quer pela lucidez, quer pela retidão de suas sentenças. Dir-se-ia que João Braulio era a própria encarnação da Justiça, serviu-a em todos os gráos; e, durante vinte e um anos, presidiu o Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Transcrição do Diário Oficial da União de 30 de outubro de 1912
Na carreira eclesiástica, distinguiram-se como pregadores os Vigários João de Deus e o Cônego José Theophilo Moinhos de Vilhena que, não só pelo conhecimento, mas também por suas virtudes, chegaram às altas dignidades da Igreja.
Dom Francisco da Silva, Arcebispo do Maranhão. Dom João de Almeida Ferrão, Bispo da Campanha.
Monsenhor Paulo Emílio Moinhos de Vilhena, Vigário Geral da Diocese da Campanha, Protonatario Apostólico e Administrador Apostólico da Diocese. Iniciou seus estudos em Campanha e, aos 19 anos, foi para o Seminário de Mariana, nessa época funcionando no Caraça, tendo sido ali matriculado em 5 de outubro de 1865. Estudou Filosofia, Escolástica, Teologia Moral e Dogmática, Direito Canônico, Hermenêutica, Liturgia e Eloqüência Sagrada. No dia 4 de junho de 1871, no Santuário do Caraça, recebeu as ordens sacerdotais das mãos de Antonio Ferreira Viçoso, Dom Viçoso, Bispo da Diocese de Mariana.
Na magistratura, houve três grandes figuras: o Dr. Ferreira de Rezende, o Dr. Américo Lobo e o Dr. João Braulio Moinhos de Vilhena.
Ferreira de Rezende teve assento no Supremo Tribunal Federal, mas a sua figura não se revelou por completo; viram-no, apenas, a linha austera e seu caráter. Ele chegou enfermo e faleceu logo depois.Américo Lobo foi também ministro do Supremo Tribunal Federal. João Braulio Moinhos de Vilhena ficou em Minas, onde fez toda a sua carreira de magistrado, em que alcançou a suprema investidura. Não chegou ao Supremo Tribunal Federal, tendo declinado do convite que lhe fora feito, alegando motivos pessoais. Entretanto, ninguém elevou mais alto a Justiça no país, quer pela lucidez, quer pela retidão de suas sentenças. Dir-se-ia que João Braulio era a própria encarnação da Justiça, serviu-a em todos os gráos; e, durante vinte e um anos, presidiu o Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Transcrição do Diário Oficial da União de 30 de outubro de 1912
Arquivo Público Mineiro.
Como Campanhense que sou e que conheço nossa gente, nossas raizes, sei que os exemplos são inúmeros e se fôssemos homenagear todos todos Camapnhenses que o fazem por merecer, precisariamos redigir um livro, ao invés de uma sucinta matéria. Porém, mais importante que os nomes, nesse caso, é a origem, a fonte de cultura na qual todos beberam e que fez com que eles alçassem vôos tão altos na história não só de nossa cidade, mas do país.É essa fonte que hoje celebro, através dessas linhas, e cuja recordação devemos manter sempre viva. Mais do que isso: devemos ter orgulho da veia humanística e literária da Cmpanha, e dos valorosos filhos que ela produziu, do Império até os dias atuais.
Como Campanhense que sou e que conheço nossa gente, nossas raizes, sei que os exemplos são inúmeros e se fôssemos homenagear todos todos Camapnhenses que o fazem por merecer, precisariamos redigir um livro, ao invés de uma sucinta matéria. Porém, mais importante que os nomes, nesse caso, é a origem, a fonte de cultura na qual todos beberam e que fez com que eles alçassem vôos tão altos na história não só de nossa cidade, mas do país.É essa fonte que hoje celebro, através dessas linhas, e cuja recordação devemos manter sempre viva. Mais do que isso: devemos ter orgulho da veia humanística e literária da Cmpanha, e dos valorosos filhos que ela produziu, do Império até os dias atuais.
Tarcísio Brandão de
Vilhena
tb.vilhena@terra.com.br
http://vilhenatbv.blogspot.com
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Atualizado em 05/09/2011
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